Confesso que não compreendi muito bem a sua dúvida.
Tanto no Brasil como em Portugal, é regra a colocação de vírgula antes da conjunção coordenativa adversativa "mas", precisamente porque esta conjunção faz a ligação entre orações cujas ideias estão de algum modo em oposição.
Na frase que apresenta, a conjunção a ser utilizada numa situação não enfática não deveria ser a coordenativa adversativa, mas sim a copulativa "e". Efectivamente, se essa frase está completa, ela é composta de duas orações que, cumulativamente, traduzem a impossibilidade: cair um prédio e os cálculos estarem certos não é possível. Ou seja, é possível cair um prédio, é possível os cálculos estarem certos, mas a junção das duas situações é que não é possível. A frase deveria então estar assim redigida: Não é possível cair um prédio e os cálculos estarem certos.
A construção que apresenta é, no entanto, adequada ao falante que quer enfatizar o facto de os cálculos estarem certos e de isso estar em contraste com a queda do prédio. Muitas vezes a adversativa "mas" substitui a copulativa em situações deste género. E, nesse caso, a utilização da vírgula continua a ser correcta, contribuindo, até, para essa ênfase, a ligeira pausa determinada pela vírgula.
Quanto ao sujeito, quando se trata de um sujeito composto, pode ter vírgula a separar os seus componentes. Se esse sujeito composto for constituído por orações, ainda mais se justifica a vírgula.
Ex.: É bom que vejas o filme, que prestes atenção e estejas calado.
No que diz respeito à relação de dependência entre orações, ela não é perturbada pela existência da vírgula, quando as orações completivas são mais do que uma.
Ex.: Gostava que visses o programa, (que) tomasses as tuas notas e fizesses o devido comentário.
Peço-te que vejas o programa, mas que não fales.