Nos dicionários gerais e especializados a que temos acesso, não se regista pombeiro como sinónimo de pombal. No entanto, em galego, regista-se pombeiro como uma variante de pombal (que tem o mesmo sentido que a palavra portuguesa correspondente) ou como designação de um subtipo de pombal. Note ainda que, na toponímia, se acha a forma Pombeiro, tanto em Portugal como na Galiza, a qual é plausivelmente o mesmo que «lugar onde existem pombos». Seja como for, não sendo de excluir que pombeiro, na aceção de «pombal», ocorra dialetalmente em Portugal, a verdade é que não se atesta tal uso nas fontes que consultámos.
Diga-se que a forma pombeiro, em português, se encontra dicionarizada com outros significados, conforme define, por exemplo, Dicionário Houaiss: «substantivo masculino 1 Regionalismo: Brasil.vendedor ambulante de pombos, aves de capoeira etc. 2 Rubrica: angiospermas. m.q. baga-de-tucano (Citharexylum myrianthum) n adjetivo e substantivo masculino (1899) Rubrica: agricultura. 3 diz-se de ou variedade de milho branco.»
Também pode ser um homónimo do vocábulo a que se faz referência, nada tendo que ver historicamente com a palavra pombo, segundo a mesma fonte: «substantivo masculino Rubrica: história. Regionalismo: Brasil. 1 comerciante ou preposto seu que se embrenhava pelo interior da África a fim de trazer informações para os traficantes ou para negociar pessoalmente escravos 2 [...] vendedor ambulante que comerciava pelo sertão do Brasil com os indígenas 3 indivíduo que se embrenhava pelo interior do Brasil na pista de criminosos, trabalhando como informante da força pública; 3.1 olheiro da polícia. [...] Etimologia: orig[em] contr[o]v[ersa].; Nei Lopes comenta várias hipóteses: a etimologia proposta por Nascentes, do quimb[undo] pumbelu, não é corroborada por ele, por tratar-se de pal[avra] port[uguesa] formada à feição do quimb[undo]; o voc[ábulo] de idioma indígena angolano pombe "sertão", dado como étimo desse pombeiro, conforme J[osé Pedro] M[achado], é identificado por Nei Lopes como o quimb[undo] pombe "mensageiro"; para a ac[e]p[ção] "negociante", esse autor considera fonte prov[ável] o quic[on]g[o] mpumbu "nome indígena da região de Leopoldville, cidade grande, com mercado, no atual Congo", etimologia que se assemelha à proposta por A[ntônio] G[eraldo da] C[unha], 2pombo "mercado, feira" + -eiro; Nei Lopes, por fim, sugere a possibilidade de cruzamento do quimb[undo] pombe "mensageiro" com o quimb[undo] pombo "espião", já que o indivíduo que se embrenhava pelo interior da África para trazer informações ou pessoas aos traficantes de escravos era um mensageiro e também um espião.»