Começo confessando que me faltam conhecimentos de química para sentir melhor a sua dúvida. Mas sempre posso dizer-lhe que o prefixo poli- nunca admite um hífen entre si e o segundo elemento da palavra, o que elimina a hipótese “poli-tereftalato de etileno”. A solução “poli(tereftalato de etileno)” também não é feliz, pois parece querer dar aos parêntesis um valor matemático que os mesmos não possuem enquanto sinais de pontuação. Se bem percebi, o problema está em que se quer introduzir um prefixo a um conjunto que se teme que não se perceba que é uma coisa só por não se grafar numa única palavra nem se encontrar hifenizado (tereftalato de etileno), temendo-se ainda que o tal prefixo modifique apenas a palavra a que se aglutina e não exerça o seu efeito sobre todo o conjunto? Vejamos um caso análogo: «dor de cabeça». Podemos considerar este conjunto de três palavras uma unidade: «uma dor de cabeça». Agora tentemos modificar este núcleo aglutinando-lhe um prefixo como, por exemplo, super-, que, neste caso, também prescinde do hífen: «uma superdor de cabeça». Apesar de, visualmente, o prefixo se colar apenas ao primeiro elemento do conjunto, será que ele não modifica todo o conjunto? Perceberemos coisas diferentes se escrevermos «superdor-de-cabeça» ou «super(dor de cabeça)»? Aqui, não tenho dúvidas: não. Em química, não sei se “politereftalato de etileno” constitui algo diferente de “politereftalato-de-etileno”, ou se há diferenças entre “tereftalato de etileno” e “tereftalato-de-etileno”. Parece-me que não, mas já confessei a minha ignorância nestas matérias. Politereftalato de etileno afigura-se como a forma correcta de, em português, grafar essa palavra, mas espero não contribuir para nenhuma explosão se a grafia por mim sugerida resultar numa substância diferente!