Um palíndromo – também chamado capícua –, como saberá, lê-se de igual modo de trás para diante ou de diante para trás. Pode tratar-se de palavra, frase ou número (neste último caso é o mesmo que por ex., 5321235). Às capicuas muitos atribuem sinal de sorte, crêem constituírem números felizes.
Os palíndromos vocabulares e os frásicos são meras curiosidades linguísticas, como estes dois incluídos na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira: «Atai a gaiola saloia gaiata» e «Roma me tem amor». Em francês posso indicar, colhida no Petit Larousse, a frase «Esope reste ici et se repose». O Larousse du XX. siècle traz como exemplo clássico do verso palindrómico o pentâmetro seguinte, em latim: «Roma tibi subito motibus ibit amor». Esta última obra acrescenta que «estas puerilidades foram cultivadas em Roma no tempo da decadência, e na Idade Média», como exemplifica no verso a seguir: «L'âme des uns iamais n'use de mal».
N. E. – Palíndromo é uma palavra ou um número que se lê da mesma maneira nos dois sentidos, normalmente, da esquerda para a direita e ao contrário. Por exemplo: ovo, osso, radar. O mesmo se aplica às frases, embora a coincidência seja tanto mais difícil de conseguir quanto maior a frase. Por exemplo:
- Socorram-me, subi no onibus em Marrocos.
- Anotaram a data da maratona
- Assim a aia ia a missa
- A diva em Argela alegra-me a vida
- A droga da gorda
- A mala nada na lama
- A torre da derrota
- Luza Rocelina, a namorada do Manuel, leu Na Moda da Romana: Anil é Cor Azul
- O Céu Sueco
- O galo ama o lago
- O lobo ama o bolo
- O romano acata amores a damas amadas e Roma ataca o namoro
- Rir, o breve verbo rir
- A cara rajada da Jararaca
- Sairam o Tio e oito Marias
- Zé de Lima Rua Laura mil e dez