Alguns determinantes podem co-ocorrer. É o caso dos possessivos, que, em Portugal, são antecedidos do determinante artigo. Essa co-ocorrência torna-se ainda mais interessante se o artigo for indefinido, pois o possessivo, nesse contexto, ocorre normalmente depois do nome, como em «Um amigo meu vem visitar-me.»
Podemos depreender que, quando há co-ocorrência de determinantes, há regras de restrição e de colocação a respeitar. Por exemplo, com o demonstrativo não podem ocorrer artigos, mas, em determinadas circunstâncias, pode ser seguido de possessivo:
(1) *O este livro é interessante.
(2) Este meu livro é interessante.
Também concordo consigo quanto à amplitude do conceito de pronome. Efectivamente, ele substitui não apenas o nome, mas também o sintagma, ou grupo nominal, tenha ele a complexidade que tiver. Repare-se nas frases (3) e (4):
(3) A menina que estava junto à janela foi a primeira a dar o sinal.
(4) Ela foi a primeira a dar o sinal.
O problema que se coloca, quando é preciso definir ou descrever algum aspecto da língua, é como fazê-lo de forma compreensível e abrangente, tendo, no entanto, sempre em conta que muitas áreas, mais periféricas, ou mais complexas, se não encaixam na descrição prototípica.