Os recursos de natureza estilística presentes nos versos transcritos são os seguintes:
a) Hipérbole: ao dizer que aquele acontecimento desenterra os homens do sepulcro, pretende o poeta acentuar o grande impacto provocado pelo mesmo em todas as pessoas, até nos mortos (exagero, algo impossível de acontecer).
Personificação: um acontecimento que tem características de um ser vivo (desenterra homens).
b) Metáfora, presente na expressão “colher o fruto dos anos”. Inês era jovem e estava a usufruir desse estado, vivendo docemente a sua vida.
c) Apóstrofe: interrupção do discurso para invocar o amor, responsabilizando-o o poeta pela atitude de Pedro.
Personificação: o amor age (despreza), como se fosse uma pessoa.
d) Eufemismo: o negativo da decisão de mandar matar é atenuado com o emprego da expressão “tirar ao mundo”.
e) Não se trata de uma comparação, mas apenas de uma exemplificação.
Perífrase, utilizada na expressão “mãe de Nino”, em vez do nome de Semíramis. A utilização da palavra “mãe” interessava no contexto em causa, pois aqui temos uma mãe (Inês) que ama os seus filhos e se preocupa com a sorte deles, diferentemente do que acontecera com Semíramis, abandonada pela mãe e alimentada pelas pombas.
f) Pleonasmo, na repetição da mesma ideia (fraca e sem força).
g) Metáfora, na identificação dos filhos a relíquias do pai.
h) Parêntese: interposição de uma frase ou expressão no período, com sentido à parte.
Comparação da linda Polycena a uma ovelha, paciente e mansa.
i) Metáfora, na identificação das faces a rosas; na identificação da palidez da morte a algo seco.
Anástrofe: inversão da ordem natural das palavras na oração (as rosas do rosto).
j) Enumeração de elementos ou gradação crescente, se considerarmos conferida ao adultério mais gravidade do que à morte. Esta sequência de delitos graves punidos pelo rei pretende evidenciar as características do rei D. Pedro como justiceiro.