A sua dúvida diz respeito ao valor das orações subordinadas relativas e ocorre porque pretende analisar os aspectos sintácticos em ligação com a morfologia (cujo estrato gramatical fundamental de análise é a palavra) e a semântica (cujo estrato fundamental de análise é o texto). O estrato gramatical fundamental na análise sintáctica é a oração.
Quando pretendemos analisar o valor de determinado termo de uma frase, verificamos que por vezes ocorre mais do que um valor, pois estamos a penetrar na semântica.
Sintacticamente, estas orações introduzidas pelo pronome relativo "que" ou "cujo" são orações subordinadas relativas. Classificam-se de adjectivas, dado o facto de desempenharem a função própria do adjectivo, a função de atributo, denominação da gramática tradicional, que me parece clara.
As orações subordinadas relativas iniciadas por "que" têm sempre um valor de atributo, o valor de um adjectivo, pois caracterizam a palavra ou sintagma ao qual estão ligadas pelo relativo. Se essa oração subordinada relativa é restritiva, desempenha a função de adjunto adnominal; se é explicativa, claramente delimitada por vírgulas, assume o valor de aposto explicativo, pois foi separada da palavra à qual estava ligada (o adjunto adnominal não se separa do termo em causa).
Quanto às orações subordinadas relativas iniciadas por "cujo", há a referir que este pronome relativo é ao mesmo tempo relativo e possessivo. Refere-se a um antecedente, com a indicação de posse, significando de que, de quem, do qual, da qual, dos quais, das quais. Provém do latim cujus, forma do genitivo, tendo sempre a ideia de pertença ou possessão.
Não está correcta a afirmação de que as orações subordinadas adjectivas "quando vêm entre vírgulas" funcionem como predicativo. Não funcionam, como se referiu acima, e, nas raras construções em que uma oração relativa serve de predicativo (do complemento directo), não pode ser isolada por vírgulas.