No nosso país, todos aqueles que se preocupam em bem escrever acabam por sentir a necessidade de uma entidade reguladora que instituísse normas que dissipariam todas estas dúvidas. Como não há, cada um acaba por fazer como lhe parece melhor. É o que acontece com o símbolo da moeda única europeia, daí que o consulente veja a sua inscrição ora antes, ora depois do valor monetário.
O que se passa é que a implantação do euro respeitou a tradição nacional de cada país no que toca a aspectos como a formação do plural, o uso do ponto ou da vírgula para separar as casas decimais, e a posição do símbolo € em relação ao valor numérico.
Passada aquela baralhação inicial, notamos que hoje é consensual o plural euros, que recorremos ao emprego da vírgula para separar as casas decimais, como sempre fizemos em Portugal, que a forma cêntimos levou claramente vantagem sobre a mais vernácula «centavos», e que há ainda alguma flutuação na colocação do símbolo €. Os mais “globalizados” tentam fazer a uniformização por comparação com os exemplos da libra e do dólar, à esquerda do número, e os mais respeitadores da tradição nacional insistem em preferir o lado direito, tal como faziam no tempo do escudo. A minha opinião pessoal é que, se grafamos «1000 km» para «mil quilómetros», se escrevemos «100 kg» para «cem quilogramas», é muito mais natural preferir «10 €» para «dez euros».