Trata-se de um uso especial de todo que a descrição gramatical tem alguma dificuldade em descrever. Não é, por isso, um caso a utilizar em situações de avaliação e, a ser explorado, talvez só mesmo nos últmos anos do secundário, mas sem constituir conteúdo a avaliar.
E. Bechara, na sua Moderna Gramática Portuguesa (2003, pág. 198/199), considera que esse uso junto de predicativo ou modificador adjetival tem valor adverbial:
«Todo pode ser empregado adverbialmente, com valor de "inteiramente", "em todas as partes":
"Desculpe-me, que eu estou todo absorvido pela minha mágoa!" [..]
Suas origens pronominais facultam-lhe a possibilidade de poder, por atração, concordar com a palavra a que se refere:
O professor é todo ouvidos. Ela é toda ouvidos
Ele está todo preoocupado. Ela está toda preocupada.
Acabamos de ver as crianças todas chorosas.»
Ver também, noutra perspetiva, as respostas às Perguntas Relacionadas.