Limito-me às interjeições referidas na pergunta, sem ter a veleidade de ser rigoroso, porque não conheço estudos que permitam perceber melhor qual a distribuição de cada uma delas em diferentes registos linguísticos. Direi apenas que há várias distinções a fazer, primeiro, entre interjeições em uso e interjeições em desuso ou arcaicas (uxte! pardês!).1 Depois, no conjunto das interjeições em uso, encontram-se interjeições francamente grosseiras (caralho! foda-se! ); as que o são menos mas ainda assim pouco recomendáveis num discurso mais polido (caraças! fónix! porra!); as toleradas num contexto familiar ou de amigos sem soarem vulgares ou ordinárias (caramba!); as perfeitamente anódinas (hum! ora!); e finalmente as que têm um certo sabor regional ou rural (carago! arre!). É claro que estas apreciações são subjectivas, mas parecem-se suficientes para quem queira iniciar-se no seu uso adequado.
1 Segundo o Grande Dicionário da Língua Portuguesa de José Pedro Machado, uxte! é equivalente a arre!, apre!, fora!, t´arrenego!, e pardês, o mesmo que o arcaísmo pardeus!, «por Deus!», «em verdade!», «realmente!».