DÚVIDAS

O uso de «face a»

Li, um dia destes, a gramática de Fernão Oliveira, cujo estudo introdutório era de Eugénio Coseriu, e, numas das notas ao livro, li isto:

«também deste ponto de vista, João de Barros representa um retrocesso face a Oliveira, pois admite para o português os seis casos do latim.»

«Face a…»: pelas respostas que eu já tive oportunidade de ler no Ciberdúvidas, «face a» não se deve usar; mas por que razão até os melhores erram? Estarão eles também já contaminados por todos os estrangeirismos que entram todos dias por Portugal adentro?

Obrigado.

Resposta

Relativamente à adopção de expressões provenientes de línguas estrangeiras, como «face a», ou «há que», a minha postura é a seguinte: não devemos condená-las quando as ouvimos, pois o mais provável é que também usemos algumas. Se é verdade que muitos modismos e estrangeirismos nos podem parecer irritantes e, por vezes, absurdos, por outro lado é inegável que a sua eventual atestação, através da frequência do uso, só prova que a generalidade dos falantes os aprova e deseja para a sua língua. E contra isso nada podemos fazer!

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