Por experiência pessoal, posso afirmar que os habitantes da localidade (Palmela, Setúbal) que menciona se referem ao mesmo como «o Pinhal Novo». Assim, «trabalho no Pinhal Novo» (contração da preposição em com o artigo definido o), mas «trabalho em Lisboa» (sem preposição e, portanto, sem contração).
Celso Cunha e Lindley Cintra, na Nova Gramática do Português Contemporâneo (Lisboa, Edições João Sá da Costa, 1984; págs. 228-230), ao tratarem do uso do artigo com nomes geográficos, referem que «o mesmo acompanha nomes de países, regiões, continentes, montanhas, vulcões, desertos, constelações, rios, lagos, oceanos, mares e grupos de ilhas» (por exemplo, o Brasil, o Algarve, a Europa, o Himalaia, o Vesúvio, o Sara, a Ursa maior, o Sado, o Como, o Atlântico, o Mediterrâneo e a Madeira), o mesmo se aplicando aos pontos cardeais e aos pontos colaterais.¹
No que respeita aos nomes de cidades, de localidades e da maioria das ilhas, aquilo que se verifica é o seguinte;
a. Não se usa, geralmente, o artigo com nomes de cidades, de localidades e da maioria das ilhas (Lisboa, Paris, Madrid, Moscovo, Creta, Florença...)
b. Alguns nomes de cidades que se formaram a partir de substantivos comuns conservam o artigo; «o Porto», «a Guarda», «o Rio de Janeiro», «a Figueira da Foz»... A par destes, também algumas cidades estrangeiras são acompanhadas de artigo («o Cairo», «a Haia», «o Havre»...), bem como algumas ilhas («a Córsega», «a Sardenha», «a Sicília»...)
No entanto, razões histórias e/ou de uso local criam por vezes situações não contempladas pelas regras gerais apresentadas por Cunha e Cintra, como, a título de exemplo, «a Covilhã», cujo nome não tem origem num substantivo comum. Regressando ao exemplo que o consulente apresenta, e embora Pinhal Novo inclua o substantivo comum pinhal, verifica-se que os órgãos e instituições locais preferem a omissão do artigo, ao passo que outros optam pela manutenção do artigo.
¹ No entanto, certos países não são acompanhados de artigo (Portugal, Angola, Chipre, Timor, Andorra...) e outros, ainda de acordo com Cunha e Cintra, como Espanha, França, Inglaterra e Itália, podem ser, ou não (sobretudo quando regidos por preposição) acompanhados de artigo.