Não encontrámos registo nos dicionários nem na bibliografia específica sobre os gentílicos (nome dos naturais ou dos habitantes) de Agualva1, o que não significa que não se possa formar o respetivo adjetivo (que pode ter, também, o valor de nome/substantivo). Basta termos em conta o que está estabelecido pelas gramáticas para a formação dos adjetivos pátrios (referentes ao país) e gentílicos, como, por exemplo, a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Cunha e Cintra: «Dos sufixos que entram na formação dos adjetivos pátrios e gentílicos, os mais usados são -ês (português, mirandês, de Miranda) ou -ense (guineense, da Guiné; são-tomense, de São Tomé e Príncipe; setubalense, de Setúbal; portuense, do Porto; eborense, de Évora), -ão (beirão, da Beira; alemão, da Alemanha; coimbrão, de Coimbra) ou -ano (açoriano, dos Açores; angolano, de Angola; cabo-verdiano, de Cabo Verde; transmontano, de Trás-os-Montes; louletano, de Loulé, sevilhano, de Sevilha), mas há muitos outros que se prestam a formar tais adjetivos2.
Tendo em conta o processo de formação dos gentílicos através de sufixação, não é ilícito nem agramatical pensar-se na forma agualvense como gentílico de Agualva, a exemplo de tantos outros. Aliás, o termo agualvenses (gentílico) encontra-se na página sobre Agualva (freguesia da Ilha Terceira, nos Açores).
1 Sobre o gentílico de Agualva, o Dicionário de Gentílicos e Topónimos, do Portal da Língua Portuguesa, da responsabilidades do ILTEC, regista o seguinte: «Lembramos que nem todos os locais possuem um gentílico associado; isto é, nem sempre existe uma palavra atestada nas nossas fontes para denominar o habitante de determinada localidade. Nestes casos, deverá utilizar-se a expressão “o habitante/o natural/o objeto d(e/a/o) nome do lugar”; neste caso, "de/do/da Agualva".»
2 No entanto, a formação dos gentílicos não se restringe ao processo de junção de um sufixo à base do topónimo (nome de um sítio ou local), existindo outros processos mais complexos, recorrendo às razões etimológicas ou históricas, como são os de casos de albicastrense (de Castelo Branco), escalabiltano (de Santarém < Scalabis), bragantino (de Bragança), bracarense (de Braga < Bracara Augusta), egitaniense (Guarda < Egitania).