A grande atracção do ensino está na multiplicidade de situações de aprendizagem que se podem desencadear. Esse é também o seu grande desafio, pois nunca sabemos com antecedência se uma actividade vai resultar ou não. Quantas vezes uma estratégia resulta com uma turma e é um desastre com outra!
Outro aspecto que, estou convencida, é factor condicionante é a confiança do professor. Se o professor acreditar firmemente que uma actividade é boa, ela tem grandes possibilidades de ser eficaz!
Pretendo com esta introdução alertar para o facto de não haver receitas. Gostaria também de referir um outro aspecto, que, talvez, ainda pareça, a alguns olhos, uma heresia. Os verbos, como a tabuada, aprendem-se exercitando a memória. Essa memorização pode ser estimulada através de alguns jogos, por exemplo jogos de transformação: associando os modos aos sentidos que lhe são característicos, ou às palavras que os exigem.
Ex. Amanhã vou ao cinema.
Amanhã talvez ________.
Se eu _________ ao cinema, ia ver «O Senhor dos Anéis».
Etc.
Podem também fazer-se jogos que conduzam o aluno a dizer os verbos. Por exemplo com cartões, em que em cada um haja um verbo para conjugar, na totalidade, ou numa dada pessoa. Para dar um cariz mais lúdico podem ser atribuídos números aos cartões e, no final, ser contada a pontuação de cada aluno. Claro que este aspecto implica que haja prémios. Mas os próprios alunos se entusiasmam e alinham em definir e arranjar os prémios.
Muitas outras coisas podem ser feitas, para além das que são indicadas nos próprios manuais. Aconselho-a a consultar a obra Gramática da Fantasia, de Gianni Rodari, Editora Caminho.
Bom trabalho!