É interessante verificar que são sobretudo as pessoas de ciências que mais advogam o ensino das línguas clássicas (Grego e Latim). E têm para isso um único argumento: são elas que estão na origem dos termos científicos. Nesse aspecto o Grego é mais relevante, embora o Latim predomine na botânica.
Mas há um outro aspecto a salientar: a origem das línguas latinas. Como provavelmente saberá, sendo estudante de Letras, a tendência actual é para não considerar o Latim e o Grego como línguas mortas. Na verdade, uma língua morta é uma língua que não só não é falada, como também não deixou vestígios. Ora isto não sucede com as línguas referidas: o Grego vive no Grego moderno e o Latim nas línguas latinas. Estas não receberam apenas influências do Latim (como sucede com o Inglês, por exemplo, que tem 60% de vocábulos latinos); elas são uma evolução do Latim falado, também designado por Latim vulgar. Além disso, o conhecimento do Latim permite-nos uma maior compreensão dos vocábulos da nossa língua, de todo o seu valor semântico (para não falar na correcção ortográfica).
O conhecimento da língua latina e da sua estrutura gramatical quase lógica pode conduzir-nos a uma maior economia da língua, contribuindo para que sejamos mais sintéticos. Trata-se de uma língua precisa, exacta, em que os significados dos termos são perfeitamente claros e com uma evolução significativa e lógica.
Espero ter respondido à sua pergunta.