A observação que faz tem resposta semelhante à que demos a propósito do uso de número em «número de pessoas». A referência de que é ambígua, dada a possibilidade de tanto «volume» como «questões» constituírem o antecedente desse pronome relativo. Por outras palavras, «que tem chegado» e «que têm chegado» são sequências correctas.
Outra coisa é o uso de volume numa frase simples, isto é, numa frase sem orações subordinadas. Neste caso, o verbo concorda com o núcleo da expressão «volume de questões», ou seja, com volume (o asterisco indica que a frase não é aceitável):
(1)
(a) «O número de questões foi incalculável.»
(b) *«O número de questões foram incalculáveis.»
(2)
(a) «O volume de questões foi incalculável.»
(b) *«O volume de questões foram incalculáveis.»
Como se vê em (1) e (2), o verbo deve concordar sempre com os núcleos das expressões antecedentes, o mesmo é dizer os substantivos número e volume.
Assinale-se, porém, que com expressões cujo núcleo é preenchido por substantivos de valor fraccionário, como metade, não se verifica o mesmo comportamento, porque muitos gramáticos aceitam a concordância com o complemento determinante desses termos:
(3) «Metade dos brasileiros gosta/gostam de cerveja.»
Também no caso de maioria, muitos gramáticos defendem a possibilidade de o predicado concordar com o determinante:
(4) «A maioria das pessoas pensa/pensam assim.»