Nosocómio está correcto em português, e na língua que falamos nunca o seu plural poderia ser "nosocomia". Significa «hospital» e assenta no grego nósos, doença. O étimo é um neologismo do grego clássico, nosokomûon, e nusokomía queria dizer «cuidados que se dão a um doente». Em grego, xenodokía tinha o sentido de «acção de receber hóspedes, estrangeiros» (o ch não se justifica, porque na língua helénica, como se vê, o que havia era um K). Quanto a xénos, além de «estrangeiro», servia igualmente para «estranho; insólito», quando adjectivo, e para «hóspede», como substantivo, além de em geral indicar qualquer estrangeiro a quem se concedia hospitalidade. O segundo elemento do vocábulo representa o substantivo doché, com x (qui), propriamente «acção de receber». Como se vê, nuns casos há k (capa) e noutros x (qui), sendo que este último se transcreve no alfabeto latino por ch, visto representar um k aspirado, e em latim clássico o c valer sempre de k. Quanto ao x de xénos é como se translitera o «csi» do grego.