O facto/fato de `uma determinada palavra não se encontrar nos dicionários´ não nos deve impedir de a utilizar. A condição é não haver nenhuma já dicionarizada que possa ser utilizada com maior propriedade, que essa nova palavra obedeça à índole da língua (sem adaptações que a adulterem) e que seja efectivamente/efetivamente útil, quiçá indispensável, para exprimir exactamente/exatamente o conceito e sem ambiguidades/ambigüidades.
Com a reserva, sublinha-se, de que um novo valor semântico, só de pouca gente conhecido, deve ser restrito ao núcleo dos conhecedores desse novo valor.
A língua não é estática. É um património/patrimônio vivo que se enriquece com as gerações de falantes. Estes vão sempre criando os signos mais adequados ao aperfeiçoamento actualizado/atualizado da comunicação. Mas, claro, a invenção duma nova palavra não dá direito de autoria, pois fica imediatamente inserida no léxico comum, se for aceite pela comunidade respectiva/respetiva.
Ora renumerar é uma palavra bem formada do ponto de vista etimológico (não é híbrida) e feliz no `imediatismo´ da percepção que deixa (o prefixo re-, entre outras acepções, é frequentemente/freqüentemente usado com o sentido de repetição: rebeijar, renovar, repintar, etc.). Assim, considero perfeitamente legítima a sua existência no léxico com a utilização que indicou.
Esclareço que encontrei no meu dicionário de latim `renumerare´; logo, no ponto de vista ortográfico, renumerar não pode ser recusada. Quanto ao valor semântico que quer dar-lhe, informo que o «Prontuário Universal», 3.ª Versão, da Texto Editora, regista já a nova palavra `renumeração´, com o sentido de acção/ação de voltar a numerar.
Ao seu dispor.