1. Os termos presente vs. ausente e participante vs. não participante recebem definição equivalente nos manuais escolares. Os estudos narratológicos estruturalistas (na esteira de Genette, 1972) usam os termos heterodiegético vs. auto/homodiegético (ver «Textos relacionados»).
2. A presença ou ausência do narrador não diz respeito a nenhuma materialização ontológica, mas ao facto de o discurso apresentar, ou não, marcas de primeira pessoa, que não estejam estritamente integradas em discurso relatado (directo, indirecto ou indirecto livre), designadamente, formas pronominais e verbos (perceptivos, volitivos, epistémicos, etc.) na primeira pessoa (do singular ou do plural). Pense-se no narrador ausente como um "narrador nulo": é como se a história se contasse a si própria.
3. Os termos participante vs. não participante visam a acumulação de papéis narrador-personagem, o que, para efeitos de atestação das marcas linguísticas de subjectividade usadas no discurso, vai dar no mesmo.
4. Não confundir narrador com autor: o autor é uma entidade real e empírica; o narrador é sempre o produto da "alquimia ficcional". (ver Reis, Carlos; Macário Lopes, A. C. – Dicionário de Narratologia).