Cientificamente, não existe língua brasileira. O posicionamento de algumas personalidades que afirmam a sua existência – como o poeta Mário de Andrade, por exemplo – constitue apenas uma forma de ressaltar a independência da produção literária e artística existente dos dois lados do Atlântico.
No caso do modernismo, a que Mário de Andrade esteve ligado, houve pela primeira vez o trilhar de caminhos diversos de movimentos da época. Nos anos 40, com o surgimento do neo-realismo, é novamente possível ver no Brasil e em Portugal uma mesma linha literária (como atesta a influência de autores como Jorge Amado e José Lins do Rego na literatura portuguesa), o que fez com que essa questão fosse deixada de lado. As recentes dificuldades de compreensão do que diziam os portugueses enfrentadas pela leva de brasileiros que vieram para Portugal no final da década de 80 trouxe de volta a discussão. No entanto, não é uma questão de diferenças de idioma: trata-se apenas de diferenças na pronúncia, originada num leque maior de formas que as vogais assumem em Portugal. As diferenças semânticas, sintácticas e ortográficas existentes são menores.
Até o século XVIII, também era chamada de língua brasileira o que se consagrou chamar de Língua Geral, que é uma mistura de tupi e línguas africanas, tendo como base o português simplificado. Desta língua restam poucos testemunhos escritos, por ser um instrumento de uso oral, sem registro sistemático.
Quanto ao falar dos habitantes do Brasil antes da chegada dos portugueses, não se pode falar de língua brasileira, mas sim de línguas brasileiras, por existirem uma grande quantidade de idiomas, muitos dos quais hoje perdidos.