Não há regras oficializadas para o emprego do hífen. Cada um procede como lhe parecer melhor. Por isso é que às vezes lemos mais de meia dúzia de palavras ligadas pelo tracinho. Vou, no entanto, transcrever algumas regras da «Novíssima Gramática da Língua Portuguesa» de Domingos Paschoal Cegalla, mas um pouco resumidamente:
1) Em palavras compostas cujos elementos conservam sua autonomia fonética e acentuação própria, mas perderam sua significação individual para constituírem uma unidade semântica: amor-perfeito, bem-te-vi, corre-corre.
2) Para ligar pronomes átonos a verbos e à palavra eis: chamar-se-á, ei-lo.
3) Em adjectivos compostos: rio-grandense, cor-de-rosa, sem-par, etc.
4) Em vocábulos formados pelos sufixos tupis-guaranis açu, guaçu, mirim, se o elemento anterior acaba em vogal acentuada ou nasal: andá-açu, socó-mirim.
5) Em vocábulos formados por prefixos que têm acentuação própria ou evidência semântica, como vemos nos seguintes: além-túmulo, co-fundador, ex-presidente, grã-fino, grão-mestre, pós-escolar, pré-nupcial, pró-alfabetização, recém-nascido, sem-cerimónia, vice-director, não-agressão.
6) Depois dos seguintes prefixos, sempre que for preciso evitar pronúncias incorrectas:
a) Antes de vogal, h, r ou s: auto-retrato, contra-ataque, extra-oficial, infra-som, neo-romantismo, pseudo-sábio, semi-selvagem, supra-renal, ultra-sensível.
b) Antes de h, r ou s: ante-sala, anti-higiénico, arqui-rabino, sobre-humano.
c) Antes de h ou r: inter-racial, super-homem.
d) Antes de b ou r: sub-bibliotecário, sub-raça.
e) Antes de vogal ou h: pan-americano, mal-humorado, circum-oral.
f) Antes de palavras que têm vida autónoma e quando a pronúncia o exigir, temos apenas o prefixo bem: bem-amado, bem-estar, bem-me-quer.