O Dicionário da Língua Portuguesa, da Infopédia, regista mezungo com a indicação de se tratar de um «indivíduo branco» e ter origem em mzungu, palavra do nianja, que é uma das línguas de Moçambique.1 No conto de Mia Couto O embondeiro que sonhava pássaros (no volume Cada homem é uma raça), utiliza-se o termo para caracterizar o vestuário do vendedor, «fato mezungueiro», um fato característico dos brancos.
Já sobre o termo chamboco, que tem origem numa palavra pertencente ao dialeto niungue («dialeto do grupo sena falado pelos Niungues, grupo de povos centrados em Tete e na bacia inferior do Zambeze, em Moçambique», Dicionário da Língua Portuguesa, Infopédia) – xambo («pau») –, o mesmo dicionário atribui-lhe os seguintes significados: «cacete com que se bate; varapau; vara flexível com que se bate; vergasta; chicote, por vezes com pontas de borracha; açoite; palmatória».
1 O nianja é também conhecido como cinianja. Ambos os termos significam «língua banta aglutinante, falada em Moçambique, no Maláui e na Zâmbia» (Dicionário Houaiss). A forma cinianja tem origem em «cinyanja ci-, designativo da língua de um povo (ou de sua maneira de ser), + nyanja "(habitantes das proximidades do) lago (Niassa)", literalmente "língua do povo nianja"» (idem). Os nianjas são um povo que habita no norte de Moçambique, no Maláui e na Zâmbia (idem).