«Meninos, toca a lavar as mãos». Esta frase é uma estrutura de superfície correspondente a estruturas profundas mais extensas. Neste caso, a palavra meninos encontra-se no vocativo e não concorda com o verbo tocar, logo não é o sujeito da oração. O sujeito está na terceira pessoa do singular, portanto alguém toca ou algum instrumento toca. Na linguagem militar, é muito frequente dizer-se: «Toca a marchar», «Toca para o jantar», porque há toques de corneta que informam os militares das ordens que devem cumprir.
Quando os pais ou as mães dizem «Toca a lavar as mãos» estão a dar uma ordem aos filhos, como a corneta militar.
Embora esta frase pareça declarativa, é, de facto, imperativa.
Então como poderá ser a estrutura profunda? «Tomem atenção meninos porque (o sinal, o corneteiro, a corneta, a campainha) toca a lavar as mãos».
Daqui poderemos dizer que sinal é mais genérico, mas tal como as outras hipóteses não é facilmente subentendido.
Para as pessoas que não conhecem as expressões militares apresentadas, o sujeito é indeterminado. Para quem conhece os toques militares o sujeito é subentendido.