Se tivermos como referência a definição do Dicionário Terminológico para homografia — «relação entre palavras que têm a mesma grafia, apesar de serem, normalmente, pronunciadas de forma distinta. Existe homografia entre: sede – vontade de beber – e sede – local» —, apercebemo-nos de que se faz referência à pronúncia distinta, mas que não se aborda a questão da acentuação gráfica.
Por sua vez, se recorrermos à gramática tradicional, verificamos que José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira, no seu Compêndio de Gramática Portuguesa (Lisboa, Sá da Costa, 1965, p. 57), definem palavras homógrafas como «as que têm idêntica ortografia, mas acentuação e significação diversa: sabia, sábia e sabiá; fábrica e fabrica; sé, sê e se».
No entanto, como não se trata de uma referência da gramática tradicional, parece-nos que a classificação mais adequada será a de homógrafas imperfeitas, nomenclatura utilizada pelo Dicionário do Português Contemporâneo e pelo Dicionário Houaiss, uma vez que o caso das palavras maça (forma do verbo maçar) e maçã (nome de fruto) não se identifica, na totalidade, com os critérios apresentados pelo DT para a ocorrência de homografia, pela presença do acento gráfico no nome/substantivo.