O erro é dos seus colegas. Basta o tira-teimas de qualquer dicionário ou prontuário ortográfico. Provavelmente, porque confundem com o verbo envolver, a via popular do mesmo étimo latino, "involvere". Invólucro, pois -- do latim "involucru".
D'Silvas Filho, no seu excelente "Prontuário Universal/Erros corrigidos de Português", acabado de reeditar pela Texto Editora, em Lisboa, escreve o seguinte sobre esta dificuldade:
"Os vernaculistas argumentam com a forma diferente como os dois vocábulos [invólucro e envolver] entraram no léxico para justificarem a incongruência, mas para o autor é mais um caso onde tem faltado coragem para impor a lógica e a uniformização…"
Já agora, outra incongruência à volta de invólucro assinala-a Rodrigo de Sá Nogueira, no seu "Dicionário de Erros e Problemas de Linguagem", Livraria Clássica Editora, Lisboa.
"Hoje pronunciamos invólucro, com o acento tónico na antepenúltima sílaba. É um facto consumado que já não se discute. Não obstante isso, importa informar (…) de que a prosódia latina mandaria que pronunciássemos involúcro. Note-se que é desse involúcrum latino que saiu o nosso embrulho. O acento dessa nossa forma só se explica por estar no u o acento da forma latina."