Tudo quanto escreve está praticamente correcto, por isso limitar-me-ei a algumas precisões apenas. Em português, como sabe, o nome corrente da língua dos Países Baixos (em Portugal mais conhecidos por Holanda) é holandês. Neerlandês é pouco usado entre nós. O flamengo (vlaamsch na original) é basicamente um dialecto frâncico, estreitamente aparentado com o holandês (ou neerlandês, se preferir). Depois de ter estado adormecido por 300 anos, foi feito reviver por escritores no universalmente nacionalista século XIX, apoiando-se tanto no antigo dialecto flamengo como no holandês literário. A ortografia é mais arcaica, e mantêm-se três géneros (o holandês tem dois, e o seu derivado africanense, o Afrikaans, até estes fez amalgamar-se). Os flamengos agarram-se tenazmente à sua linguagem para preservá-la da intromissão do francês (ao sul) e do holandês (ao norte). Este último vai ganhando terreno, mas a Universidade de Ganda mantém-se um bastião da aprendizagem e cultura distintamente flamengas. O holandês (com o flamengo) pertence ao ramo germânico ocidental da família das línguas indo-europeias, tal como o Afrikaans.
N.E. (janeiro de 2020) — Com a mudança do nome oficial da Holanda para Países Baixos, o seus cidadãos passaram-se a denominar-se neelandêses.