Os prefixos hiper- e super- têm significados idênticos. O primeiro, talvez por ser menos vulgar e pela presença do i tónico, que talvez se coadune melhor com a ideia de superioridade do que o u tónico de super-, passou a considerar-se de significação superior mas acima de super-. Daqui a diferença entre supermercado e hipermercado.
O prefixo hiper- ganhou tal valor semântico em determinadas situações, que ultimamente até se substantivou. Se estivermos a falar de futebol, podemos até dizer que Fulano é um híper. E, neste caso, é uma palavra como outra qualquer, sujeita às regras gramaticais vigentes. Sendo palavra grave (se fosse esdrúxula, dava-se o mesmo) terminada em -er, tem de ser acentuada para não se ler como aguda. É o que vemos em bóer, repórter, carácter, esfíncter, éter, uréter, súber e outras.
Quanto à formação do plural, segue a regra de todos nós conhecida: acrescenta-se -es ao singular. Teremos, então, os híperes, tal como temos os bóeres, os repórteres, os esfíncteres, etc.
Quanto a carácter, acrescentamos também -es, como é evidente, mas o acento tónico avança; por isso escrevemos caracteres, palavra grave, /caractéres/.
É erro, pois, escrevermos os «hípers». Não há palavras que formem assim o plural.