Começamos por agradecer as suas palavras.
Como informação para os nossos consulentes que não o saibam, Santo Graal é a designação que foi dada ao copo ou cálice que Jesus usou na Última Ceia para abençoar o vinho.
Rebelo Gonçalves recomenda Gral (a maiúscula é minha) e não Graal (também maiúscula minha), que considera um galicismo. Mas gral (agora com minúscula inicial) é usada como almofariz.
A palavra Graal não me repugna e até a acho mais sugestiva do valor místico que representa. Os francesismos são, afinal, enriquecimentos vindos duma língua irmã latina. Não se justifica já, nos nossos dias, uma preocupação tão grande na defesa da língua contra o exagero de francesismos, como aconteceu no passado. O nosso problema agora é a invasão de inglesismos, alguns mal adaptados ou desnecessários por haver substituto vernáculo vantajoso.
Quanto ao plural, segundo as regras da gramática em vigor, eu usaria grais para o plural de almofarizes. Não usaria o plural de Graal ou de Gral, porque só há um. Poderia usar esse plural em sentido figurado, ou no sentido de imitações e, então, com minúscula inicial: graais ou grais. É facto que cal ou mal têm como plural cales e males, mas esta solução foi adoptada para evitar a confusão com cais ou mais, problema que não existe neste caso.
Para José Pedro Machado, graaes é um arcaísmo do século XIII.
Ao seu dispor,