O futuro do pretérito, chamado em Portugal condicional, não parece que, nas frases apresentadas, não indique um facto real, certo, positivo. Vejamos, então, as frases:
- Disseram-me que ele entregaria a encomenda mais tarde.
- Eu cantaria a noite inteira para você.
- Nós partiríamos bem cedo.
Como sabemos, o futuro do pretérito emprega-se para designar uma acção posterior ao tempo de que se fala. É o que vemos na frase 1). A forma verbal entregaria indica uma acção posterior a disseram-me; esta diz-nos o tempo de que se fala. A forma verbal entregaria indica uma certeza, uma realidade. É como se disséssemos:
- Disseram-me que ele entregaria, de certeza, a encomenda mais tarde.
Não empregamos de certeza ou expressão equivalente, porque não é preciso, uma vez que o futuro do pretérito pertence ao indicativo – o modo da realidade.
Para não indicarmos uma realidade, uma certeza, teríamos de compor uma frase um pouco diferente: - Disseram-me que ele talvez entregasse/possivelmente entregaria a encomenda mais tarde.
Se alguma dúvida permanecer, estamos ao dispor da prezada consulente.
Quanto às frase 2) e 3), não podemos responder, porque não estão completas. O futuro do pretérito geralmente relaciona-se com outro verbo, claro ou subentendido, que é o que vemos na frase 1): entregaria relaciona-se com disseram.
Pedimos à nossa consulente que nos envie as frase 2) e 3) completas a fim de podermos dar uma resposta certa e clara. Mas talvez não seja preciso. Talvez que a resposta que dei seja suficiente para se compreender as frases 2) e 3).