DÚVIDAS

«Folder»

Folder é uma palavra de origem inglesa.

Aportuguesando este vocábulo não teríamos que acentuá-lo, conforme as regras?

Ou seja, fôlder - fôlderes.

Já que deficit e superavit, originalmente latinas, estão sendo acentuadas normalmente pela nossa imprensa.déficit e superávit.

Quanto tempo devemos esperar para aportuguesar uma palavra e acentuá-la, seguindo nossas regras?

Resposta

Se quiséssemos adoptar «fôlder, fôlderes» poderíamos argumentar que já temos revólver, revólveres (Rebelo Gonçalves e Aurélio).

Mas as minhas condições pessoais para aceitar que um neologismo entrou no idioma, além de a palavra ter de obedecer à índole da língua, é que não haja substituto vernáculo satisfatório para representar o conceito e que o termo esteja a ser correntemente usado por comunidade culta da nossa comum língua (dicionarizado por entidade idónea, por exemplo). Quanto a «folder», eu uso directoria, na informática. Não usarão directório no Brasil para o mesmo fim? Para quê esse «folder»? Pode fazer o favor de me explicar em que conceitos acha que o termo «folder» é insubstituível e se já é de uso frequente nessa acepção.

Quanto a "déficit" (Aurélio), não é lá por a palavra vir do latim que concordo com o hibridismo do acento; Rebelo Gonçalves regista défice, como adaptação para a nossa língua do "deficit" latino. Em "superávit" (Aurélio) o meu raciocínio é semelhante, com a diferença de que em Rebelo Gonçalves não existe substituto para o termo latino, e, assim, eu adopto "superavit", sem acento, considerando a palavra um latinismo (entre aspas ou plicas).

Em resumo, não recomendo «fôlder», "déficit", "superávit"; mas se os termos são de uso corrente no seu país, aqui em Portugal eu não tenho o direito de os condenar.

Ao seu dispor,

ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa