Ferramentas na língua:
Peço-lhe que consulte a última página do Prontuário da Texto Editora, 3.ª versão. Está registada uma razoável bibliografia, que o pode ajudar. E acrescento: «Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa», da Academia Brasileira de Letras, um notável trabalho, de 1 998, com cerca de 350 000 verbetes; e o recente «Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea», da Academia das Ciências de Lisboa, de 2 001, que indica registar cerca de 70 000 entradas. Quanto à etimologia, este último e, por exemplo, também, o Universal da Texto Editora podem ser-lhe úteis.
Portugal-Brasil:
Uma pessoa tolerante deve aceitar sempre opiniões divergentes. O que tem é o direito de se insurgir contra os exageros. Ora a sua frase «monstruosidades que se propagam nas terras brasileiras» é manifestamente um exagero, no sentido que lhe dá. Não é por serem brasileiras que são monstruosidades: também as há por cá… Fica-lhe bem esse seu desejo de defender a nossa língua. Eu igualmente a procuro defender; mas o meu português é universal, dos cinco continentes: uma língua de mais de 170 milhões de falantes; e penso que assim consigo defendê-la melhor da submersão, no caudal de outras línguas hoje planetárias. Com a idade, aprendi que a união traz sinergias que não se conseguem com esforços isolados. Nesta Aldeia Global em que começamos a viver, todos os esforços de conjunto para a defesa da língua são necessários.
Não posso deixar de aceitar a sua estupefacção, mas, já agora, receba também a minha, por ser tão isolacionista, tão fechado no português europeu.
Observo, finalmente, que, quando tiver de fazer, por exemplo, um relatório, irá certamente usar um estilo mais simples…
Repito que não me sinto ofendido com a sua apreciação sobre a minha maneira de pensar. Os elogios que faz ao nosso trabalho em Ciberdúvidas compensam bem. Muito obrigado. E o amor que sente pela língua merece todo o meu interesse. Escreva sempre.
Ao seu dispor,