Uma pesquisa em várias gramáticas e no dicionário Aurélio revela que a forma atestada e de uso geral em português é mesmo com a preposição de. Portanto, a norma referente ao uso de preposições para indicar matéria de que é feito um objeto determina o uso da preposição de.
Reconhece-se, porém, facilmente a diferença de uso entre o Português Europeu e o Português do Brasil. Naquele, ouve-se e lê-se com freqüência a forma com a preposição em quase tão freqüente como aquela com de; neste as ocorrências com em são mais raras, mas não de todo inexistentes.
«Uma casa em madeira» – pode ser um galicismo, mas há dois pequenos comentários que vale a pena fazer a respeito:
1) A língua portuguesa tem incorporados inúmeros galicismos desde tempos muito antigos e diz o bom senso que os estrangeirismos devem ser evitados, sobretudo, quando causam estranheza e indicam uma atitude abertamente hostil, pernóstica, usados para isolar um grupo dentro de um jargão ou para criar sentimentos de inferioridade em quem ouve. Se temos palavras ou construções frasais genuinamente portuguesas de uso corrente e com alto grau de aceitabilidade na comunidade não há porque substituí-las por outras, de origem estrangeira. Se, por outro lado, os termos que têm remotamente uma origem em outra língua são de uso alargado e aceitos pelos falantes em geral, não há por que entrar em dilemas.
2) Não podemos esquecer que ambas as línguas têm uma origem comum, o latim. E alguns fatos que parecem ser uma importação atual de uma outra língua acabam por revelar-se apenas como a disseminação ou retomada de um padrão que já existia na matriz latina.
Cf. Estrangeirismos, in Respostas Anteriores