A palavra doutor vem do temo latino doctu-, que significa sábio, aquele que aprendeu, instruído e hábil. Foi utilizada dentro da hierarquia académica para definir um grau atingido. No latim, doctore- era o professor, o que ensina.
Após a fundação das primeiras universidades, a todos os formados costumava-se chamar de doutores. Os principais cursos eram de direito e de medicina, caminho para a ascensão social. Ser chamado de doutor passou a ser um sinal distintivo de uma burguesia afluente (em oposição à nobreza, que já tinha o título na família), como se o citado fosse membro de um tipo de corporação - independentemente de se ter completado o doutoramento.
Hoje, o sinal de distinção social mantém-se. Em Portugal, são designados por doutor os médicos, advogados e os formados em ciências humanas. Da mesma forma, há outros cursos que dão direito ao sinal distintivo: arquitectura e engenharia.
No Brasil, apesar de o processo ser semelhante, há uma distinção. Afora os detentores do doutorado, costuma-se chamar de «doutor» apenas os médicos e os advogados. Há também uma distinção social. Se um indivíduo de nível social mais baixo pretende dirigir-se a outro com maiores riquezas, é normal tratá-lo por doutor.