O sufixo -dade permite, a partir de adjectivos, formar substantivos que transmitam uma ideia de qualidade, carácter, atributo ou propriedade. Pode, pois, o consulente, usar o termo diagonalidade, formado a partir de diagonal, pois as regras do português assim o permitem.
O facto de não encontrar um vocábulo no dicionário pode não significar a sua inexistência. O léxico português é composto por algumas centenas de milhares de palavras, número incomportável até para o maior dos dicionários (sobretudo em papel…). Por isso, vocábulos cujo sentido seja facilmente inferível são muitas vezes deixados de fora. Por outro lado, a língua portuguesa é uma língua analítica, isto é, regista-se no seu léxico, sobretudo em Portugal, uma preferência por expressões com várias palavras para designar o que noutras línguas se consegue transmitir com uma só. Este aspecto é muito notado por quem, como o consulente, investiga em áreas científicas cuja bibliografia está disponível maioritariamente em língua estrangeira. No caso em análise, o consulente pode optar por uma única palavra para designar o que pretende, mas não se surpreenda se um dia tiver mesmo de recorrer a uma expressão para representar um conceito que, noutra língua, “cabe” numa palavra.