Não encontro a forma deveniente registrada em nenhum dos instrumentos linguísticos de referência consultados.
Porém, é de notar que a referida palavra surge bastas vezes, associada sobretudo a contextos de cariz filosófico: «De dentro do real – e como ingrediência dele – pensamos, recortando na totalidade deveniente em que lateja focos e objectos de interesse [...]»; «[...] buscando o registo da fundamentação que nos desvenda a bateria de supostos e estruturas que comandam a fenomenalização deveniente e as suas rotas de futuro [...]» (José Barata-Moura, comunicação «Filosofia, é cousa de escrever?», 2004, disponível em linha no sítio oficial da Associação de Professores de Filosofia).
Assim, nestes contextos específicos, este será um conceito associado ao verbo devenir (do francês devenir: tornar-se – Priberam), que estabelece uma relação de sinonímia com um outro verbo, devir (Dicionário Houaiss), e que significa «vir a ser; tornar-se, transformar-se, fluxo permanente, movimento ininterrupto, atuante como uma lei geral do universo, que dissolve, cria e transforma todas as realidades existentes; vir a ser» (Dicionário Houaiss).
Deste modo, no enunciado transcrito pelo estimado consulente, deveniente significará, numa interpretação porventura algo livre e flexível, «consequente», «subsequente», «aquele que há-de vir a ser o sentido específico da juridicidade».