Escreve Rebelo Gonçalves em nota de rodapé do "Tratado de Ortografia": «O "Vocabulário" de Gonçalves Viana (reforma de 1911 – n. do Ciberdúvidas) admite o hífen em muitos compostos em que o prefixo des- é seguido de s. Não assim o "Vocabulário" da Academia das Ciências de Lisboa e o da Academia Brasileira de Letras, que têm nesse ponto a confirmação do Acordo Ortográfico (de 1945 – n. do Cib.), pois a 29.ª das "Bases Analíticas" não inclui des- entre os prefixos que podem ser seguidos de hífen.»
Foneticista de renome internacional, Gonçalves Viana terá tido preocupação semelhante à manifestada na pergunta. Mas foi a grafia sem hífen – dessacralizar – que se dicionarizou por força do Acordo Ortográfico de 1945 (confirmado, neste aspecto, pelo de 1990).