Definição não é resolução de ecrã
Sobre uma anterior resposta intitulada Definição ou resolução do ecrã, recebemos a seguinte contestação do jornalista António Eduardo Marques:
É o uso que acaba por consagrar as expressões, à falta de uma política articulada para a criação de neologismos.
Mas não considero daí vir algum mal ao mundo (a língua é uma coisa viva...) e, especialmente sobre o uso, nas publicações de informática, do termo "resolução", gostaria de notar que também é um francesismo usar "ecrã" quando a palavra portuguesa é pantalha... Mas o uso consagrou outra palavra.
E, já agora, que dizer do termo "oficial" de gravador de vídeo, que é magnetoscópio? Ou do gravador de cassetes de áudio, que é magnetofone?
Por outro lado, o termo resolução (que, se não tinha este significado em português, para todos os efeitos - ou para as revistas de informática - passou a ter) tem uma vantagem: é que é na verdade diferente usar "resolução" e "definição", pois, por exemplo, podemos ter uma resolução enorme e uma má definição de imagem, no sentido de falta de nitidez.
É o que acontece, por exemplo, quando ligamos a saída de vídeo de um computador a um televisor - podemos até ter uma excelente resolução (ex.: 1024x768 pontos) mas, como o televisor não a suporta, apresenta uma má definição.
Por mim, "definição" num ecrã (oops, queria dizer pantalha) acaba por ser medida pelo tamanho do ponto ("dot pitch"): dois ecrãs podem suportar a mesma resolução máxima mas com definições melhores ou piores - quanto maior o "dot pitch" (normalmente entre 0,26 e 0,28), pior.
Claro que, neste contexto, "definição" acaba por ter o significado de "nitidez", mas essa é já uma outra discussão.
