A questão que coloca faz parte de um dos pontos mais complicados da sintaxe do português. Em Portugal, o pronome pessoal oblíquo átono, pela sua própria atonicidade, situa-se sempre em posição enclítica, isto é, apoia-se no acento de outras palavras da frase. No caso do futuro do indicativo, o pronome pessoal situa-se entre a forma de infinito "dar" e a forma contraída de "haver", de acordo com a origem daquele tempo; deste modo, encontramos "dar-te-ei".
No Brasil, a colocação destes pronome é diferente, devido à diversa entoação e ao carácter ligeiramente tónico do pronome. Assim, encontramos "te darei".
Em conclusão, podemos dizer, pelas diferenças acima apontadas, que a colocação do pronome pessoal oblíquo é muito mais livre no Brasil do que em Portugal e que esta liberdade é já aceite também na língua escrita, salvaguardando a posição de alguns autores mais arcaizantes ou academistas.