Segundo os dicionários que consultei, o substantivo colectivo correio designa um conjunto de cartas e outras unidades postais (correspondência); o indivíduo que entrega correspondência (carteiro, mensageiro); a mala ou o veículo (ambulância-postal, etc.) em que se transporta a correspondência; a repartição (posta) que recebe e expede correspondência; o edifício onde funciona esta repartição; ou a empresa detentora do monopólio da distribuição de correspondência num país.
Correio, no singular, denominou desde 1520 em Portugal esta entidade monopolista, até que, em 1911, o governo da República criou a Administração-Geral dos Correios, Telégrafos e Telefones. Com o plural, os responsáveis terão pretendido salientar a existência de vários serviços (posta restante, distribuição no domicílio, vales e encomendas postais, etc.)
A designação C.T.T. mantém-se na actual «sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos», formada em 1992 com o nome de "C.T.T. – Correios de Portugal, S.A." (apesar de os serviços de telecomunicações terem sido transferidos nesse ano para a "Portugal Telecom").
O professor F. V. Peixoto da Fonseca, perante a história do substantivo correio, considera adquirido o seu emprego no singular como colectivo, mas concorda com a alteração feita em 1911 para realçar a existência de vários serviços.
Sem pôr em causa esta opinião, parece-me mais expressiva a forma do singular: Administração-Geral do Correio; Correio de Portugal, etc. O significado é o mesmo.