A regência verbal é uma das áreas em que há maior variação, não só do ponto de vista sincrónico como ao longo da história da língua. O verbo congratular-se é apontado na quase totalidade de dicionários consultados como podendo reger as preposições com, como no primeiro exemplo que apresenta, e por, como em «Congratulo-me pelo facto de já existirem [linhas de crédito] para o Algarve.» In Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa.
Porém, Celso Pedro Luft, no seu Dicionário Prático de Regência Verbal, Editora Ática, 2002, 8.ª edição, apresenta, além das duas preposições já analisadas, a regência com a preposição de, que abona com três exemplos:
Camilo: «Congratulei-me até da minha ideia.»
Latino Coelho: «Por isso se congratulam de que saiam errados os malévolos vaticínios.»
Jucá, autor de uma gramática em 1954: «Congratulo-me contigo de tão auspicioso fato.»
Talvez o facto de os exemplos que ilustram a regência de congratular-se com de serem todos pouco recentes indique que esta forma caiu em desuso, dando razão ao que foi dito no início, quando se afirmou que esta era uma área de grande variação. Perante o exposto, poderemos considerar que o segundo exemplo que apresenta corresponde a uma forma que poderá ter caído em desuso ainda que não seja incorrecta.