«O acabamento do quadro, bem como as texturas, realiza-se integralmente com a ajuda da espátula.»
Temos aqui dois sujeitos: o acabamento do quadro; as texturas do quadro.
Ambos estão ligados por uma locução conjuntiva comparativa: bem como. Esta locução, ao introduzir o segundo sujeito, estabelece uma comparação. Na verdade, se não quisermos fazer uma comparação, poderemos substituir a locução conjuntiva comparativa por uma conjunção coordenativa de valor copulativo (e):
«O acabamento e as texturas do quadro realizam-se integralmente com a ajuda da espátula.»
Talvez percebamos melhor a diferença entre os valores comparativo e copulativo, se alterarmos a pontuação:
«O acabamento do quadro – bem como as texturas – realiza-se integralmente com a ajuda da espátula.»
Quero dizer que estão erradas as outras concordâncias apresentadas na pergunta? Não. Limito-me a fundamentar uma preferência. Na verdade, na "Nova Gramática do Português Contemporâneo" (pág. 511), Celso Cunha e Lindley Cintra admitem: «Quando dois sujeitos estão unidos por uma das conjunções comparativas como, assim como, bem como e equivalentes, a concordância depende da interpretação que dermos ao conjunto (...).» O verbo concordará com o primeiro sujeito, se quisermos realçar a comparação; ou com os dois sujeitos, se pretendermos evidenciar o todo que eles constituem.
Cf. O Enigma, texto de Vergílio Ferreira na Antologia.