Francamente, não me diga que ignora as respostas ao que pergunta!
Terei de ser sucinto, porque isto daria um livro, que aliás já escrevi: «O Português entre as Línguas do Mundo» (Situação. História. Variedades), Coimbra, Liv. Almedina, 1985.
Surgiu, pois, em Portugal (que tem hoje praticamente a mesma superfície de quando se tornou independente, em meados do século XII), a partir do latim vulgar lusitânico. Este desenvolveu-se fundamentalmente em duas modalidades, uma ao norte, que se falava nas duas margens do Minho (portanto também no território que hoje constitui a Galiza), e outra ao sul, designada por romanço moçarábico, com algumas diferenças sobretudo fonéticas devidas à influência do árabe. Da interpenetração deste com a primeira (a fala galaico-portuguesa) veio a sair a nossa língua, que é hoje falada em Portugal, Brasil e nas outras antigas colónias portuguesas, muito em breve por uns duzentos milhões de pessoas.
Com «missionários em gramática» não entendo bem o que diz, mas indico-lhe as duas primeiras gramáticas de português, a de Fernão de Oliveira (1536) e a de João de Barros (1540). Das actuais indico-lhe as de Francisco Torrinha e a espanhola de Pilar Vázquez Cuesta (há tradução portuguesa), além da mais moderna de Celso Cunha e Lindley Cintra (luso-brasileira, por conseguinte).