Vamos, em primeiro lugar, estabelecer as definições. É a partir delas que nos entenderemos melhor (fontes: «Manual H. Dubbel, da Labor» e «Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira»).
1 – Centígrado - Chamam-se centígradas as escalas termométricas em que a diferença entre a temperatura do vapor de água ebuliente (quimicamente pura), sob pressão atmosférica normal (760 mm de coluna de mercúrio), e a temperatura de fusão do gelo, em contacto com a atmosfera à mesma pressão, se representa pelo número 100, dizendo-se que essa diferença é de 100 graus (100 º C).
2 - É centígrada a escala de `Celsius´, visto que nesta escala se tomam os valores (0, 100 e, logo, o intervalo em graus) para os limites acima indicados.
3 - Escala de `Fahrenheit´ - A temperatura de fusão do gelo corresponde a 32 º F e a de ebulição da água corresponde a 212 º F. Não é, portanto, centígrada a escala de `Fahrenheit´, de acordo com a definição acima (intervalo superior a 100 º), contrariamente ao que afirma.
4 - Escala de temperatura absoluta - Nesta escala, o ponto zero corresponde a -273,16 º C, mas como o valor da temperatura obedece à fórmula T º K = t º C + 273, conclui-se que se respeita o intervalo de 100 º para os limites indicados em 1. Esta escala também é centígrada, de fa{#c|}to.
Conclusão: Se escala `Celsius´ é centígrada, uma escala centígrada pode não ser `Celsius´. Mas há o risco de se tomar o grau centígrado por grau de outra escala? Na `Fahrenheit´ isso é inaceitável, e quanto à da temperatura absoluta, os valores numéricos habituais são tão diferentes, que ninguém se esquece de acrescentar o K, quando se trata desta escala. Convencionalmente entre os técnicos ninguém se confunde quando se designam os graus `Celsius´ por centígrados (pois que o são efectivamente) e os de outras escalas têm símbolos bem diferentes (F, K, R). Digamos que o grau `Celsius´ ganhou a exclusividade da designação de centígrado. Na língua temos alguns exemplos semelhantes: quando dizemos cor de vinho estamos a pensar no branco ou no palhete? Lembro finalmente ao companheiro de dúvidas, Armando Carneiro, que não podemos levar o rigor a tão grandes extremos. Esse é o `estreito entendimento´ dos computadores, os coitados, que se baralham às vezes quando um pequeno pormenor não obedece à sua programação. Nós, os humanos, temos a riqueza intelectual de entender significados não exa{#c|}tamente expressos. Por exemplo, um brasileiro precisa descodificar a frase onde escreveu «confundir ..... milhares de milhões com biliões». Depreenderá que se referiu aos políticos portugueses (o que é confirmado pelo `.pt´ do seu endereço electrónico); porque no Brasil um bilião é a mesma coisa que um milhar de milhões e não um milhão de milhões como em Portugal. E a sua mensagem sobre os maus políticos é perfeitamente entendida, não obstante a falta de rigor (para e na Aldeia Global) em que foi expressa. Já vê...
Ao seu dispor,