Celestre e celestrial são variantes muito antigas (do século XIV, provavelmente, segundo José Pedro Machado) de celeste e celestial, usadas ainda em várias regiões de Portugal.
Celeste vem do latim 'caelestis, e' ou 'coelestis, e', «relativo ao céu». Celestial também tem a mesma origem latina: 'celeste + i + al', cuja evolução até aos nossos dias chegou a assumir a forma 'celestriaes' (séc. XIV) e 'çelitreall' e 'selestryaes' (séc. XV).
Esta pode ser uma das explicações para o tal r na última sílaba de celeste e celestial na linguagem popular. Mas também pode resultar, como é a tese do nosso consultor José Neves Henriques, da tendência para a deturpação fonética da linguagem popular menos cuidada de muitas palavras e expressões (como "munto", em vez de muito; "puribir", em vez de proibir; "óvi", em vez de ouvi; "estemos", em vez de estamos; "fostes", "dissestes" ou "falastes", em vez de foste, disseste ou falaste; etc., etc., etc.).