Lamento só lhe poder responder agora. Parecem-me aceitáveis, todavia, as formas que apresenta. Note-se que se não trata de regras gramaticais, mas de etiqueta, e variam de época para época, de país para país e de empresa para empresa.
Razões práticas de dactilografia levam-me a preferir Exmo. à forma – recomendada no Ciberdúvidas – Ex.mº (com o m depois do ponto da abreviatura e no mesmo corpo do sinal º).
Quanto ao Sr., o emprego da palavra Senhor (Ex.mº Senhor) revela maior deferência para com o destinatário.
O uso dos títulos académicos requer algum cuidado. Um doutorado não gosta de que o tratem por Dr., mas por Doutor. Assim: quando se manda uma carta formal a um licenciado, escreve-se no início:
Ex.mº Senhor (ou Exmo. Senhor)
Dr. Fulano de Tal
Presidente do Conselho de Administração da (...), S.A.
Rua (...), 43, 1.º, esq.º
1000-345 Lisboa
Em vez de Dr., de acordo com o grau académico do destinatário, escrever-se-á: Doutor, Eng.º, Engenheiro, Arq., Prof. Doutor, Prof. Dr., Prof. Engenheiro, Prof. Arquitecto, etc. O emprego de formas de tratamento com letra inicial maiúscula faz-se como sinal de deferência.
Depois da descrição do destinatário, pode acrescentar-se um vocativo:
Ex.mº Senhor com ou sem vírgula ou sinal de dois pontos. O dr. José Neves Henriques, atendendo à mudança de linha, considera dispensável qualquer sinal de pontuação neste caso, ao contrário do que se verifica num texto, em que o vocativo pede sempre vírgula. Por exemplo: «Amo-te, Teresa.» «Vai para casa, José.».
O remate da carta é variável. Caem em desuso antigas fórmulas como: «Sem outro assunto de momento, apresentamos os nossos respeitosos cumprimentos e subscrevemo-nos / De V. Ex.ªs / Muito Atenciosamente / Marques & Silva, Ld.ª / assinatura».
Hoje preferem-se outros finais de carta mais simples: «Com os nossos cordiais cumprimentos / Marques & Silva, Ld.ª / assinatura». A adjectivação dos cumprimentos requer cuidado: o termo cordiais revela alguma informalidade. Variantes mais formais: sem adjectivo ou com o adjectivo respeitosos. O dr. José Neves Henriques discorda de que se empregue a expressão «melhores cumprimentos», porque ela permite subentender que há cumprimentos piores, maus. Mas a fórmula, apesar da pertinência da objecção, enraizou-se. Tornou-se num cliché. E, como acontece com qualquer cliché, já perdeu o significado original. Nem os signatários nem os destinatários dos "melhores" cumprimentos vêem nesta expressão outra coisa que não seja uma manifestação de cordialidade.
No correio electrónico para os consulentes do Ciberdúvidas, empregamos em geral um fecho muito conciso que indica deferência, respeito, atenção:
Atenciosamente. Ou (como prefere o prof. D'Silvas Filho):
Ao seu dispor,