Existem. Quanto à caligrafia portuguesa vou resumir algo do que vem na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Iniciada nos mosteiros, sobretudo em Alcobaça, a arte caligráfica usou a letra francesa depois da visigótica, até fins do séc. XIII e por último o chamado gótico redondo (séc. XIV-XVI). Depois da invenção da imprensa, só nos fins do séc. XVI surge o primeiro calígrafo português, Manuel Barata, que em Portugal divulgou a letra italiana ou bastarda e a quem Camões dirigiu um soneto, nas Rimas Várias (1685-1689), edição de Faria e Sousa. Estacionando sob os Filipes, a arte caligráfica floresceu no reinado de D. João V, com Manuel Andrade de Figueiredo cuja obra data de 1722. Foi ele e contemporâneos quem compôs um tipo de letra a que chamaram português; mas sob D. José I começaram a usar-se os modernos caracteres das letras inglesa e francesa.
No séc. XIX, Ventura da Silva regulariza a letra portuguesa, seguindo-se o antigo método de Andrade de Figueiredo. A sua obra é monumental de execução e invenção. Foi esta a tríade dos calígrafos-inventores em Portugal.
No tempo da «ditadura» aprendia-se caligrafia, com cadernos especiais, nas escolas primárias. Nas escolas técnicas comerciais, pelo menos, existia mesmo a cadeira de Caligrafia, que começava logo no 1.º ano e eu tive a honra de frequentar.