É evidente que, na frase apontada, o rapaz só pode ser complemento directo, pelo menos quanto à forma, sem preposição. Agora, se dissermos ou escrevermos (o que é lícito) ao rapaz, assim já é complemento indirecto!
Quanto a «a pescar» nunca pode considerar-se «complemento indirecto». Se a frase for feita com «ao rapaz», é possível chamar-lhe (à locução «a pescar») complemento directo. Mas, se o for com «o rapaz», tal já não está certo, e devemos considerar «a pescar» como sinónimo da expressão «de maneira a pescar». Esta é a minha opinião, certamente discutível.
Aproveito para citar Epifânio que coloca ensinar algo a alguém a par de ensinar alguém a fazer algo [neste caso, «a pescar»]. Por outro lado, o mesmo autor parece considerar, em casos como este (com «o rapaz», por «ao rapaz», à maneira de complemento indirecto), o infinitivo precedido de a como complemento directo de ensinar. (v. Sintaxe Histórica Portuguesa, p. 224, § 288).