Assim fora de contexto, é difícil dar uma opinião fundamentada sobre a necessidade de vírgulas na locução conjuncional em título.
1. Vírgula antes – A vírgula inicial pode ser indispensável se houver ambiguidade. Suponhamos a expressão sem nenhuma vírgula: `O João levantou-se cedo bem como o irmão´. Esta expressão pode ter duas interpretações: Primeira: `o João e o irmão levantaram-se os dois cedo´. Segunda: `o João e o irmão levantaram-se os dois cedo e bem. Uma vírgula entre `cedo´ e `bem´ desfaz a ambiguidade: `O João levantou-se cedo, bem como o irmão´.
2. Vírgula depois – Sinto que a vírgula depois de `bem como´ (na última expressão acima) é inconveniente, pois a locução está estruturalmente ligada à ideia que se segue. Sem querer fazer doutrina, é isto que me acontece normalmente quando uso as nossas conjunções ou locuções conjuncionais comparativas: `como, conforme, qual, quanto, segundo, assim como, bem como´, etc.
NOTAS:
1. Na mensagem com exactidão e qualidade, `a vírgula na posição conveniente para aquilo que se pretende dizer´ é extremamente importante. E não só como separação. Pode alterar o sentido da expressão, como vimos acima, e até dar-lhe ênfase que não se teria sem ela.
2. Diz-se que é sempre preferível não virgular, a virgular em excesso. O Sr. Prof. Dr. Peixoto da Fonseca costuma citar o exemplo de Camilo Castelo Branco, que, ante uma reclamação do seu editor pelo facto de ele pôr poucas vírgulas, lhe enviou uma carta com uma linha cheia de vírgulas, com a indicação para o editor as pôr onde lhe apetecesse... Na `arte´ literária, quando se pretenda que haja mais que uma interpretação, para que o leitor se projecte no que lê, pode ser até conveniente evitar vírgulas aparentemente necessárias. Mas estamos no domínio da `arte´, não da mensagem exacta...
Ao seu dispor,