No Vocabulário da Língua Portuguesa, Rebelo Gonçalves, um dos membros da comissão que elaborou o Acordo Ortográfico de 1945, regista Salisburgo como o equivalente vernáculo da forma alemã Salzburg. No entanto, José Pedro Machado, no Dicionário Onomástico-Etimológico da Língua Portuguesa, considera que nada justifica esse aportuguesamento, registando e recomendando Salzburgo, porque mais fiel ao topónimo original em alemão. Com efeito, “Salzburg” inclui parte de “Salzach”, hidrónimo que deriva de “Salz”, «sal», aludindo às minas de sal da região que esse rio atravessa.
Por outras palavras, parece-me que José Pedro Machado quer dizer que Salisburgo não é adequado, porque não se trata de passar ao latim ‘sal, salis’ («sal») a palavra alemã “Salz” («sal»). O que se deve fazer é manter a referência ao nome de um rio, pelo que Salzburgo é a forma correcta.
Além disso, o uso corresponde, pelo menos em Portugal, ou à forma alemã “Salzburg” (pronunciada à portuguesa) ou ao aportuguesamento Salzburgo. Em suma, a forma Salisburgo que foi estabelecida no Vocabulário da Língua Portuguesa e assim registada, por exemplo, no Dicionário Enciclopédico da Lello Editores (Porto), não conseguiu afirmar-se na norma.