Nos meus tempos de criança, os então designados professores da Instrução Primária eram considerados com profundo respeito e grande apreço pelas populações. Os primeiros anos de formação são decisivos no domínio das bases fundamentais da língua. Nunca é de mais enaltecer a nobre e bem difícil missão destes agentes do ensino. Pôr uma criança a ler (e a escrever...) é um dos feitos mais notáveis do magistério.
Ora, estas considerações vêm a propósito da pergunta da companheira de estudo Nídia Viegas. Está em linha uma mensagem do consulente Raul Santos que indica uma regra que aprendeu com a sua estimada professora de Instrução Primária: «um processo habitual de se saber qual a sílaba tónica duma palavra é experimentar pronunciá-la como se a gritássemos a alguém». Por exemplo, em Ágata, Elvira, Manuel, seria: ¦ÁÁÁ...gata¦! ¦Elviii...ra¦! ¦Manuééé...l¦. E, nesta prática, seria: ¦Àquêêê...le¦, com tónica em -quê-.
Para as pessoas que não se contentam com este tipo de justificações `primárias...´, lembro que a palavra àquele é um dos casos raros em que o acento grave é ainda aceitável para abrir a subtónica e assinalar a diferença de pronúncia com a homógrafa (aquele).
Em resumo, àquele é uma palavra paroxítona, companheira. O acento (grave) não marca a tónica.
Ao seu dispor,